Estou, durante toda esta semana, coordenando o PLANEJAMENTO EDUCACIONAL da Faculdade São Francisco de Barreiras (FASB).
A solicitação do quadro docente, desde o ano passado, era discutir questões didáticas, uma vez que a grande maioria é constituída por bachareis, que não têm formação pedagógica.
Organizei um material, que acredito ser de interesse de muitos colegas pedagogos.
Inicialmente, a proposta é discutir a origem do termo PRÁXIS PEDAGÓGICA, tão em voga no nosso meio. Então, busquei subsídios na Filosofia e apresentei o seguinte quadro:
MATERIALISMO
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IDEALISMO
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Os homens são determinados pelas circunstâncias
(econômicas, sociais, naturais).
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Mudam porque novas circunstâncias fazem-nos
mudar.
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Os homens são determinados pelas ideias
(pensamentos, vontades, desejos, em suma, o ímpeto ativo do ser humano)
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Mudam porque novas ideias e novos desejos
fazem-nos mudar.
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O materialismo "esquece que as
circunstâncias são transformadas precisamente pelos seres humanos“
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O idealismo "esquece que o educador tem
ele próprio de ser educado".
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Então, necessariamente, para mudar os homens,
o idealista educador quer introduzir suas ideias de cima (de fora),
assim como o materialista quer alterar as circunstâncias de fora.
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Neste ponto, Marx introduz o seu conceito de práxis
revolucionária: "a transformação das circunstâncias com a
atividade humana".
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Assim, o termo PRÁXIS em o seguinte sentido:
PRÁXIS REVOLUCIONÁRIA (Marx)
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É então uma atividade teórico-prática em que a
teoria se modifica constantemente com a experiência prática, que por sua vez
se modifica constantemente com a teoria.
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A práxis é entendida como a atividade de
transformação das circunstâncias, as quais nos determinam a formar ideias,
desejos, vontades, teorias, que, por sua vez, simultaneamente, nos determinam
a criar na prática novas circunstâncias e assim por diante.
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Deste modo, nem a teoria se cristaliza como um
dogma, nem a prática se cristaliza numa alienação.
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Na
Pedagogia, práxis é o processo pelo qual uma teoria, lição ou habilidade
é executada, praticada, se convertendo em parte da experiência vivida.
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Assim,
no decurso das aulas, as ideias devem ser postas à prova, experimentadas no
mundo real, seguidas de uma contemplação reflexiva.
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Desta
maneira, os conceitos abstratos ligam-se com a realidade vivida.
PRÁXIS E CONTRATO PEDAGÓGICO
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A práxis pedagógica é processual - relação
dialógica entre professor-aluno.
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Este espaço é o núcleo gerador de uma proposta
pedagógica que se fundamenta no princípio antropológico do Homem, como ser
inacabado, que tem necessidade do OUTRO para aprender. (GADOTTI, 1985)
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Deve ser gestado no coletivo - Gestão
democrática da sala de aula.
• O Contrato Pedagógico eolucida as reais expectativas do professor em
relação ao aluno e vice-versa;
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Possibilita partilhar as responsabilidades no
que tange às rotinas de trabalho pedagógico (o que será feito) e às
regras de convivência (como será feito);
Resumindo, trata-se de um conjunto de parâmetros que delineiam as ações
do coletivo em prol do bem comum: a efetivação do trabalho
educativo – a aprendizagem.
Sobre PLANEJAMENTO DE ENSINO, iniciei a abordagem com alguns questionamentos para reflexão:
•
Como
trazer para a sala de aula a realidade que existe fora dela?
•
Como
levar os alunos a registrarem a presença dos saberes de sua disciplina na
realidade?
•
Como
instrumentalizá-los para pesquisar problemas e soluções enquanto oportunidades
de ocupação deles mesmos quando egressos?
Nesta perspetiva, o que se espera é uma PRÁTICA PEDAGÓGICA PROBLEMATIZADORA, fundada na PEDAGOGIA DA PERGUNTA, que segue o esquema abaixo:
Problematização de situações da realidade,
a partir dos saberes do curso
=
Desenvolvimento de competências
para enfrentar situações reais
=
Autonomia em relação à própria vida e ao mundo
do trabalho.
A conclusão a que chegamos é que UMA PRÁTICA
PROBLEMATIZADORA PROMOVE O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS, QUANDO:
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Trabalha com
resolução de problemas e com tarefas contextualizadas (Currículo Vivo);
•
Cria
situações de materialização (relação teoria e prática);
•
Propõe
desafios;
•
É
dialética;
•
Trabalha
INTERDISCIPLINARMENTE.