terça-feira, 19 de abril de 2011

Métodos de Alfabetização

MÉTODOS SINTÉTICOS

Dentre os métodos sintéticos trabalhados merecem destaque dois métodos fônicos que fizeram história no nosso país: Abelhinha e Casinha Feliz.  Ambos partem do pressuposto de que se deve partir do simples (da letra) para gradativamente ir complexificando o processo de alfabetização (palavras, frases e, por fim, textos).

No método Abelhinha o professor alfabetizador iniciava apresentando os seguintes personagens: a abelhinha, a escova mágica, o índio, os óculos quebrados e o ursinho.

Era mais ou menos assim:
"Era uma vez uma abelhinha que nasceu com asas de um lado só. Não podia voar, nem um pouquinho. Tinha mesmo de andar. E ela ficava tão cansada que suspirava assim: aaaa..."
O professor emitia o som do a e perguntava:
- Quem sabe fazer o som da abelhinha?
"A abelhinha tinha tanta vontade de voar... Se ela pudesse voar, quantas coisas maravilhosas havia de fazer!
A abelhinha contava tudo que pensava a uma escova, amiga dela. A escova era mágica, mas a abelhinha não sabia.
Um dia, a escova encantada disse à abelhinha:
- Você ainda há de ter asas deste lado também. Espere com paciência, minha amiga!
A abelhinha nem queria acreditar em tanta felicidade. Então a escova mágica explicou:
- Eu sou uma escova mágica. Posso fazer muita coisa boa. Eu vou ajudar você.
Desde esse dia, a abelhinha pensava muito na promessa da amiga. Quando a escova via abelhinha pensando, dizia com uma voz muito rouca e misteriosa: eeeee..."
O professor emitira o som do e e dizia:
- Vamos imitar a escova?
O alfabeto ilustrado acompanhava as crianças durante todo o seu processo de alfabetização:






























Após a introdução dos sons de todas as vogais, eram trabalhados os sons das consoantes V, D, L e M, com a apresentação do vaga-lume, da dália, do lobo e da minhoca.

E assim, sucessivamente, todas as letras do alfabeto eram trabalhadas, sempre valorizando o aspecto sonoro.

--- x ---


Já no Método Casinha Feliz tudo girava em torno da história de uma família. Vejam como se estruturava a cartilha baseada neste método:








E assim se trabalhava os encontros vocálicos...


MÉTODOS ANALÍTICOS

MÉTODO NATURAL: Consiste em oferecer à criança estímulos sócio-ambientais específicos, que visam ao desenvovimento de um processo natural e espontâneo de construção dos esquemas de leitura. O aluno é motivado a escolher o próprio vocabulário que servirá de base para a aprendizagem.
 
Inicialente todas as atividades  do grupo são discutidas e combinadas em uma rodinha de conversa. Nesta, o educador funciona como um mediador das motivações do grupo. Todas as decisões do dia são tomadas aqui.


O Vocabulário de Apoio expõe as palavras estudadas e ilustradas pelas crianças. Ele cresce até que contenha todos os sons e letras do alfabeto.
 
 
 
Outro recurso utilizado é o sentenciador. Cada palavra nova escolhida vai imediatamente para o sentenciador, formando frases completas, que o aluno possa ler. A composição e a leitura de frases no sentenciador é um trabalho diário. No decorrer do processo, as figuras devem substituir palavras desconhecidas a fim de não limitar a expressão de ideias do aluno às palavras já memorizadas.
 
 
Cada palavra nova escolhida pela turma é escrita e arquivada no Caderno de Vocabulário Individual. Cada aluno faz a ilustração a sua maneira.  O caderno é utilizado para estudo das palavrinhas e serve de apoio ao aluno durante a escrita de frases.
 

 
Visando estimular a compreensão da leitura de frases e a fixação das ações estudadas no vocabulário da turma (noção de verbos), as crianças tem como suporte os Livrinhos de Ação.


 
A presença dos jogos é uma constante nas escolas que adotam este método de alfabetização. Os jogos são sempre oferecidos como atividades diversificadas e, geralemente, a escolha destes é feita pelos alunos.  Um bom exemplo é o jogo da memória, bstante utilizado por facilitar a memorização das palavras do vocabulário escolhido.




A caçada é um procedimento de rotina na análise fonética de palavras, segundo a semelhança do som inicial com o de outra palavra já conhecida visualmente por eles. Geralmente as crianças procuram em revistas, gravuras de palavras que começam de forma semelhante; colam estas gravuras numa folha grande, que fica afixada na parede. Cada criança, na sua vez, deve anunciar o nome da sua gravura.



Outro recurso bastante utilizado é a Preguicinha: as palavras trabalhadas são lidas pelas crianças de forma bastante lenta, fazendo a preguicinha. Numa segunda leitura, a criança destaca em vermelho a letra do som que está estudanto.

Como material de estudo independente são utilizados para fixação de grafias específicas, as saboneteiras de caçadas. Nesta são acondicionadas fichas contendo as palavrinhas começadas pelo som inicial de uma palavra conhecida. Uma pequena gravura, colada ao alto, evoca o significado da primeira palavra. O aluno usa estas "caçadinhas" de diferentes maneiras na composição de frases.


Pré-livro:
Matemática Natural:


Métodos de Alfabetização - Fônicos X Construtivistas

Ao trabalhar os Métodos de Alfabetização vimos que muitos artigos têm sido publicados acerca da disputa entre os que defendem os métodos fônicos e os que adotam uma linha mais construtivista de Alfabetização. Disponibilizo abaixo dois dos artigos  sobre este embate que costumo discutir em sala:

Método Fônico avança na Alfabetização
http://aprendiz.uol.com.br/content/cocrecrufr.mmp

Construtivismo X Método Fônico
http://lanceusp.hdfree.com.br/jornal.html



segunda-feira, 4 de abril de 2011

Nosso cérebro busca o todo e não fragmentos....

Como dinâmica inicial da disciplina Fundamentos da Alfabetização, ministrada na Plataforma Freire, utilizei  alguns textos não convencionais para nossa Língua. No primeiro momento apresentei um texto em alemão e solicitei que os alunos procurassem "pistas" que dessem informações a respeito do seu conteúdo. Indaguei sobre sua formatação e alguns alunos sugeriram ser um poema...outros, uma música. Em seguida pedi que procurassem palavras conhecidas e também que observassem uma palavra que se repete várias vezes no texto... Em pouco tempo desvendaram a charada!


Os outros dois textos explorados, compostos por letras embaralhadas, têm circulado pela net ...

De aorcdo com uma peqsiusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaul odrem as Lteras de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia Lteras etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol, que vcoê anida pdoe ler sem pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa Ltera isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo.  Sohw de bloa!


35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3!
P4R4BÉN5!

O objetivo era mostrar que nosso cérebro procura indícios, informações que levam a "descobrir" o texto como um todo, não se detendo a fragmentos. Deste modo, metodologias de alfabetização que trabalham com unidades menores, sem um sentido, uma contextualização, não se mostram significativas para os aprendentes.

Pensem sobre isso!!!!




Plataforma Freire: uma experiência de formação no município de Cristópolis - BA

Assumi no mês de fevereiro a responsabilidade de ministrar a disciplina Fundamentos da Alfabetização no curso de Pedagogia da Plataforma Freire, oferecido no município de Cristópolis - BA. Apesar das viagens semanais (em média 70 Km), o prazer em trabalhar com esse componente curricular é enorme!!! As discussões sobre Alfabetização, Letramento e sobre a Psicogênese da Língua Escrita me encantam... Sem contar a alegria que é contribuir com meus conterrâneos e amigos!

Disponibilizo abaixo alguns dos textos trabalhados nas primeiras aulas, que discutem Alfabetização e Letramento:
  • A Reinvenção da Alfabetização (Magda Soares)

  • O que é ser Alfabetizado e Letrado? (Maria da Graça Costa Val). No link abaixo o é possível encontrar uma série de outros textos sobre esta temática, disponibilizados pelo programa Salto para o Futuro. O texto da Maria da Graça inicia na página 18 da coletânea.

Boa leitura!