PROJETO DE APRENDIZAGEM
TEMA: XADREZ - TRABALHANDO O RACIOCÍNIO LÓGICO
1. INTRODUÇÃO
O xadrez foi criado pelos egípcios, 2000 mil anos a.C e atualmente é uma atividade muito valorizada enquanto ferramenta educacional. É uma atividade prazerosa, que pode trazer muitos benefícios para a aprendizagem e hoje é uma exigência legal no nosso município.
Este projeto tem como objetivo promover o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático e da interação e cooperação entre os alunos, por meio da prática do xadrez. Será realizado numa turma do 5º ano da Escola Sonho Feliz*, no período de 01 de junho a 01 de agosto de 2012.
A proposta metodológica deste projeto é interdisciplinar e será desenvolvida por meio de oficinas semanais, com carga horária de 04 horas/aula. Serão promovidas contextualizações da temática do projeto com as situações do cotidiano do aluno.
Por ser um jogo ainda pouco explorado pelas escolas, espera-se que este projeto possa destacar a importância deste recurso como importante ferramenta pedagógica, sabendo-se o quanto o xadrez pode favorecer a aprendizagem.
* Nome fictício
2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Conhecer a história do xadrez, suas peças e principais regras;
• Utilizar as regras no desenvolvimento do jogo;
• Interagir do modo cooperativo, tanto nas oficinas quanto nas demais atividades escolares;
• Desenvolver o raciocínio lógico-matemático, a partir do conhecimento do jogo;
• Resolver os problemas apresentados com autonomia;
• Desenvolver a noção de espaço, a partir da exploração do tabuleiro do jogo;
• Utilizar este raciocínio nas demais atividades cotidianas.
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 O JOGO DE XADREZ
No âmbito da construção cognitiva do aluno, em especial o conhecimento lógico-matemático, configura-se como um ponto de discussão importante a inclusão de instrumentos lúdicos no fortalecimento das ações em busca de um melhor ensino e aprendizagem. Nessa perspectiva insere-se o Xadrez enquanto ferramenta pedagógica importante no processo de construção do raciocínio lógico-matemático.
Segundo D’Ambrósio (1996):
[...] um dos principais desafios, hoje, para o professor de Matemática é tornar a disciplina acessível a todos, possível de contextualização com as situações do cotidiano. O jogo de xadrez permite que isso aconteça.
Se quisermos também uma explicação científica que mostre os benefícios práticos que podem ser alcançados pela prática desse esporte, poderíamos apresentar opiniões e pesquisas de pedagogos, psicólogos, intelectuais e instrutores de xadrez ao redor do mundo. Existem várias propostas que ratificam esses benefícios. Resumindo, conclui-se o xadrez contribui para o desenvolvimento das faculdades mentais do indivíduo.
Um estudo proposto na extinta Alemanha Oriental, comparando o desenvolvimento de dois grupos de estudantes de diversas idades, os que praticam e os que não praticam xadrez, concluiu que:
o O xadrez estimula a atividade intelectual e estabiliza a personalidade de crianças e jovens durante seu período de crescimento. Isso é evidente, sobretudo, na puberdade: crianças que jogam xadrez apresentam menos crises decorrentes das transformações dessa faixa etária do que as que não jogam.
o O raciocínio lógico e a capacidade de cálculo são estimulados e desenvolvidos, produzindo excelentes resultados no desempenho escolar, com destaque principalmente nas matérias que envolvam cálculos matemáticos, como por exemplo a Física e a própria Matemática.
o Em aspectos gerais, os alunos que jogam xadrez apresentam nítida superioridade em força de vontade, energia, memória e concentração.
o O Xadrez ensina a criança a avaliar as consequências dos seus atos, tornando-as mais prudentes e contribuindo para indivíduos mais responsáveis.
Outra pesquisa desenvolvida na Inglaterra chegou à conclusão de que a concentração e a habilidade de formular e posteriormente “colocar em prática“ os planos no tabuleiro contribui em excelência para a tomada de decisões e execução das mesmas do jogo, podendo ser também aplicadas em situações da vida social.
3.2 O BENEFÍCIO DO XADREZ
O xadrez merece crédito por desenvolver nas crianças uma habilidade essencial na resolução de problemas, que é saber olhar e compreender a realidade que se apresenta.
Os jogos constituem uma maneira interessante de propor problemas, pois permitem que estes sejam apresentados de modo atrativo e favorecem a criatividade na elaboração de estratégias de resolução e busca de soluções. (PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, 1998, p. 46).
Para os professores de matemática é possível avaliar os seguintes aspectos:
Compreensão: facilidade de entendimento do jogo, ajudar no desenvolvimento do autocontrole e o respeito a si próprio.
Facilidade: possibilita a construção de uma estratégia para a resolução de problemas matemáticos.
Possibilidade de descrição: capaz de descrever os procedimentos utilizados na resolução de problemas.
Uma das dificuldades que mais tem sido constatada no ensino de matemática relaciona-se com a falta de compreensão dos enunciados dos problemas. Os estudantes apenas conseguem memorizar as fórmulas, quando se deparam com textos diferentes não encontram meios de se chegar à resposta correta.
Sabemos que é importante incentivar as crianças a encontrarem o seu próprio sistema de ação e, para isso, é preciso abolir soluções baseadas na memorização de fórmulas, ou seja, soluções mecanizadas. É preciso adotar meios para que as crianças tornem-se autônomas. Segundo Vygotsky (1987) o jogo é uma ferramenta de aprendizagem que contribui para a autonomia.
Assim, na escola, a demonstração de um conceito matemático pode ser encontrada pelo aluno, porém, para que isso aconteça, é importante certo que essa atividade tenha sido vivenciada pelo aluno.
Nossa ideia é que em uma época na qual os conhecimentos nos ultrapassam em quantidade e velocidade e a vida é efêmera, a melhor ferramenta que a criança pode obter em sua escolaridade é um pensamento organizado e reflexivo. E isso é possível de ser desenvolvido através do jogo, em especial do xadrez.
4. CONTEÚDOS
• História e Regras do xadrez
• Resolução de problemas
• Operações básicas
• Noção espacial
5. METODOLOGIA
Este projeto tem como base metodológica o sóciointeracionismo, pois pretende promover a interação e a coletividade, onde um aluno tem a possibilidade de aprender com o outro.
Sendo assim, serão promovidas as seguintes atividades:
- apresentação do projeto para a turma, de forma lúdica e prazerosa, contando a história do xadrez;
- mostrar para o aluno a importância do xadrez para sua aprendizagem;
- ensinar as regras gerais do jogo, a partir de vídeos e apostilas, ressaltando a importância do saber competir;
- organizar a turma em duplas, para a realização do jogo. Cada dupla terá um monitor, que auxiliará no desenvolvimento do jogo;
- utilizar software específico, com auxílio do Datashow;
- explorar situações-problema, envolvendo as operações básicas, fazendo uma inter-relação com os benefícios do xadrez;
- atividade de medida, para explorar perímetro e área de figuras planas, a partir do jogo.
Espera-se que com estas atividades os objetivos propostos sejam alcançados.
6. CRONOGRAMA
Atividades Período
JUN/12 - JUL/12 - AGO/12
Pesquisa teórica sobre o tema X
Elaboração do Projeto X
Apresentação do Projeto na Escola X
Desenvolvimento do Projeto X
Culminância do Projeto X
7. AVALIAÇÃO
A avaliação da aprendizagem ao longo deste projeto será contínua, primando por aspectos quantitativos, mas principalmente pelos aspectos qualitativos, uma vez que a ideia central do projeto é que o aluno aprenda o jogo para aplicar os seus conceitos e habilidades nas demais atividades cotidianas. Deste modo, espera-se que o aluno, ao final das atividades tenha desenvolvido as seguintes habilidades:
- Conhecimento da história do xadrez, de suas peças e regras;
- Utilização das regras do jogo;
- Interação cooperativa;
- Raciocínio lógico-matemático e sua utilização nas demais atividades cotidianas;
- Resolução de problemas;
- Noção de espaço;
Quantitativamente as atividades terão peso de 30% da nota de matemática, na terceira unidade.
Esta proposta de avaliação de caráter formativa está de acordo com a teoria de Luckesi (2002), segundo o qual o proceso avaliativo tem por objetivo diagnosticar a situação de aprendizagem do educando, sendo dinâmico, ou seja, não o classifica num determinado estágio. A avaliação, ainda segundo Luckesi (2002), é inclusiva e, consequentemente, democrática, o que exige uma prática pedagógica dialógica.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. Parâmetros Curriculares Nacionais, Brasília: 1998.
D’AMBROSIO, Ubiratan. Educação Matemática: da teoria à prática. Campinas, SP: Papirus, 1996.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem Escolar. 2002.
VYGOTSKY, Lev S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1987.