Discutir Ética e Moral é sempre interessante e necessário! Deveria ser uma discussão presente em todas as disciplinas do curso de Pedagogia...não só na Filosofia ou em alguma outra disciplina específica.
Vim descobrir no mestrado (pasmem!) que Piaget pesquisou e escreveu sobre 04 estágios da construção da consciência moral do sujeito! Um assunto de suma importância e que não constuma ter o devido destaque na graduação, no meu caso, nem na especialização!
Junto com Piaget, Lawrence Kohlberg destacou a noção de indivíduo moralmente consciente, dotado de razão e responsável pelos seus atos.
Piaget procurou descrever e explicar a construção gradual e sistemática das categorias do pensamento lógico e da constituição da consciência moral autônoma e Kohlberg
realizou pesquisas interculturais no campo da moralidade infantil, mostrando que as crianças seguem uma ordem invariável de estágios.
Os fatores biológicos, culturais, sociais e de equilibração, que explicam a psicogênese, são também fatores explicativos da dimensão moral. A Psicologia genética de Piaget defende a tese de uma participação ativa da criança, na construção de suas estruturas cognitivas, linguísticas e morais.
ESTÁGIOS DA CONSTRUÇÃO DA CONSCIÊNCIA MORAL, SEGUNDO PIAGET
A partir de Blocos Temáticos, como "Regras sociais" e "Idéia de justiça" e buscando sempre a crença espontânea da criança, as pesquisas realizadas resultaram na definição dos seguintes estágios:
PRÉ-MORALIDADE (0 A 5 ANOS)
No início desse estágio não se constata nenhuma noção de regra ou consciência moral;
No final, constata-se a imitação das regras dos adultos;
A criança ainda age mecanicamente, não distingue intencionalidade e consequências de atos.
HETERONOMIA MORAL (5 a 8 anos)
Noção rudimentar de regras, que passa a ter validade absoluta (algo sagrado e imutável);
As obrigações são percebidas como impostas de fora e não como elaborações da consciência;
A responsabilidade pelos atos é julgada conforme as consequências objetivas e não de acordo com as intenções.
SEMI-AUTONOMIA (8 aos 13)
Estágio intermediário. A criança já demonstra um conhecimento sofisticado das regras;
As regras passam a ser relativizadas, de acordo com a situação;
Capacidade de generalização;
Oscila na avaliação e no seu julgamento entre intencionalidade e consequências objetivas das ações.
AUTONOMIA MORAL (Depois dos 13)
Passam a revelar especial interesse pelas regras em si;
Admitem a possibilidade de reformulá-las, desde que coletivamente aprovadas;
Os atos são julgados pela sua intenção original e não pelas consequências;
A coerção dá lugar à cooperação, as sanções repressivas a sanções reconciliadoras.
Fonte: FREITAG, Bárbara. Itinerários de Antígona: a questão da moralidade. São Paulo: Papirus, 1992.
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